Você sabia que é por meio de rabiscos e traços que a criança mostra sua forma de pensar o mundo e suas dificuldades na área da cognição?
O desenho é muito importante tanto como recurso pedagógico quanto como forma de expressão infantil. Ao lado da afetividade, pensamento e motricidade, ele é uma das manifestações do desenvolvimento da criança. Portanto, compreender a forma como ela desenha também permite o entendimento de como se dá o seu desenvolvimento global.
Embora a maioria das crianças não consiga expressar seus sentimentos por palavras, ao desenharem, elas extravasam todas as sensações que guardam para si mesmas.
Por meio de traços e cores, as crianças colocam para fora tudo que estão sentindo portanto a chance de compreende-las é enorme. De fato, "ao desenhar a criança consegue exteriorizar suas alegrias e suas dores superar seus traumas, numa espécie de grito gráfico,¨ salienta Adalvo da Paixão Antônio Costa, em o Desenho Infantil: a Representação do Sentimento.
Ao se sentir angustiada, por exemplo, ela desabafa e caracteriza a realidade que é lhe imposta pelo desenho. Considerando ainda que, por muitas vezes, essa realidade é tão forte que deixa cicatrizes bem profundas, individualmente, mesmo que tentem desabafar com palavras, se o assunto é muito delicado, as crianças não conseguem, ou se conseguem, os adultos geralmente não alcançam o nível de seus sentimentos.
Por isso, "a liberdade experimentada por meio do desenho eleva o pequeno ser, que se compenetre e busca as imagens nos íntimos segredos, confronta-se consigo mesmo e se compreende, em cada traço em cada cor impressa, nessa aventura silenciosa e estimulante", afirma Joseph H.Di Leo, em A Interpretação do Desenho Infantil.
A VISÃO SOBRE O DESENHO INFANTIL
Quando olhamos um desenho próprio ou de outras pessoas, sempre acabamos revivendo velhos afetos, que foram retratados, explícita ou implicitamente, há tempos. Essa situação por si já indica que é por meio do desenho que a criança também exprime suas fantasias, ao jogar gráfica e pecturalmente com a cor, que assume uma função importante no desenho, uma vez que é capaz de vivificar os personagens e os objetos esboçados.
Muitos educadores de renome ja constataram que o brincar em grupo e o desenhar oferecem duas oportunidades diferentes para a criança. Brincando ela interage com os coleguinhas, mas ao desenhar, ela se vê sozinha, fica mais compenetrada e acaba ate por dialogar com as personagens que cria com seus traços, na tentativa de buscar soluções para as várias perguntas que, na maioria das vezes, sequer externou, por medo de não encontrar respostas apropriadas, devido a falta de paciência de seus interlocutores.
O INICIO DOS RABISCOS
Normalmente, a criança começa a rabiscar por volta de um ano e meio de idade. A partir de então, ela faz questão de deixar seus traços em tudo que encontra pela frente. Com esse comportamento, mesmo inconscientemente, ela ja indica que precisa se expressar, o que deveria ser feito de modo adequado a partir do uso de papel e lápis. Embora nem sempre tenha esse material á disposição, o que os adultos deveriam notar é que o ato de rabiscar é uma necessidade própria da infancia que, além de dar prazer á criança, também exercita sua parte motora.
Segundo Florence de Méredieu, em O Desenho Infantil, enquanto rabisca "a criança evolui, seu corpo se movimenta e seu traço passa por fases distintas da rabiscação."
Considerando ainda que as primeiras manifestações gráficas da criança também são sua primeira forma de escrita, registrada por pura necessidade natural da fase em que está, nenhuma delas delas deveria ser bruscamente impedida de rabiscar, por meio de regras que limitam sua expressão.
O desenho é uma das únicas formas de ela "se" entender e entender o "outro". Se o seu meio social físico e afetivo for repremido, ela também passa a repremir seu meio de expressão, o que prejudica seus sentimentos, pois o ato de desenhar proporciona à criança a oportunidade de se desenvolver emocionalmente. "Seu envolvimento com o trabalho deixa transparecer o prazer experimentando enquanto registra suas emoções graficamente.
FASES DA RABISCAÇÃO E DO DESENHO
No inicio, é nítido que a criança não usa seus rabiscos para representar as coisas. Mas com o próprio desenvolvimento natural, suas marcas vão se tornando mais representativas e, muitas vezes, até mais realista. Segundo o francês Georges-Henri Luquet, professor de filosofia e piuoneiro no estudo do desenho infantil, há tres fases distintas entre a rabiscação e o desenho que pode ser observadas:
De 2 a 4 anos- A criança apenas rabisca. Além da ausência de realismo, seus traços são aleatórios. Normalmente, seus rabiscos começam da esquerda para a direita: depois fluem para cima e para baixo, até culminarem em movimentos circulares. Praticamente, os limites da folha de papel não são respeitados. Quase no fim dessa fase, a criança passa pelo estágio chamado de "realismo fortuito", momento em que interpreta o seu rabiscar como algo diferente do que simples linhas. Entre um emaranhado de traços por exemplo, ela pode ver um carro ou qualquer outro objeto que lhe interessa. Surgem, então, formas simples e inexatas: círculos, cruzes e explosões. Em paralelo, ela tende a demonstrar certo interesse pelo arranjo dos traços.
De 4 a 7 anos
A crianças já faz uma pré-esquematização, com certo sucesso, conhecido. Seu foco tende a ser os seres humanos, árvores, plantas, casas e prédios, retratados de uma forma não muita precisa e em perspectiva única. Quase no fim dessa fase, os desenhos se tornam um pouco mais realistas, em virtude de detalhes que começam a ser adicionados. Ainda nessa fase de desenvolvimento, a criança tenta criar um vocabulário de imagens, com base na própria compreensão do que esta desenhando e não na observação das formas. Os objetos retratados não apresentam uma proporção adequada e parecem flutuar no ar.
Na fase da pré-esquematização, os desenhos flutuam no ar, mas tendem a ser mais realistas.
De 4 a 7 anos- A criança já faz uma pré-esquematização, com certo sucesso, para representar coisas reais do mundo conhecido. Seu foco tende a ser os seres humanos, árvores, plantas, casas e prédios, retratados de uma forma não muito precisa em perspectiva única. Quase no fim dessa fase, os desenhos se tornam um pouco mais realistas, em virtudes de detalhes que começam a ser adicionados. Ainda nessa fase de desenvolvimento a criança tenta criar um vocabulário de imagens, com base na própria compreensão do que esta desenhando e não na observação das formas. Os objetos retratados não apresentam uma proporção adequada e parecem flutuar no ar.
A partir do 7 anos- Ela faz a esquematização daquilo que quer representar e inclui detalhes. Seus desenhos são mais significativos. Ao desenhar o mar, poderá incorporar peixes, conchas areia e outras imagens relevantes para combinar com sua "ideia" do que é o mar. O mesmo acontece se o objeto for uma casa. Ela incluirá flores no jardim, por exemplo. Porém, a criança já percebe que seu esquema só se parece com o objeto real que quer desenhar. Nessa fase, a organização do espaço e a perspectiva começam a ser observadas. As crianças já traçam linhas bases e, por vezes, um fundo para o desenho. Mas enquanto tentam superar as próprias habilidades e obter outros conhecimentos para retratar com mais realismo, muitas se frustram e desistem de desenhar. Outras já aperfeiçoam o traço e se tornam mais qualificadas para as artes.
O desenho é muito importante tanto como recurso pedagógico quanto como forma de expressão infantil. Ao lado da afetividade, pensamento e motricidade, ele é uma das manifestações do desenvolvimento da criança. Portanto, compreender a forma como ela desenha também permite o entendimento de como se dá o seu desenvolvimento global.
Embora a maioria das crianças não consiga expressar seus sentimentos por palavras, ao desenharem, elas extravasam todas as sensações que guardam para si mesmas.
Por meio de traços e cores, as crianças colocam para fora tudo que estão sentindo portanto a chance de compreende-las é enorme. De fato, "ao desenhar a criança consegue exteriorizar suas alegrias e suas dores superar seus traumas, numa espécie de grito gráfico,¨ salienta Adalvo da Paixão Antônio Costa, em o Desenho Infantil: a Representação do Sentimento.
Ao se sentir angustiada, por exemplo, ela desabafa e caracteriza a realidade que é lhe imposta pelo desenho. Considerando ainda que, por muitas vezes, essa realidade é tão forte que deixa cicatrizes bem profundas, individualmente, mesmo que tentem desabafar com palavras, se o assunto é muito delicado, as crianças não conseguem, ou se conseguem, os adultos geralmente não alcançam o nível de seus sentimentos.
Por isso, "a liberdade experimentada por meio do desenho eleva o pequeno ser, que se compenetre e busca as imagens nos íntimos segredos, confronta-se consigo mesmo e se compreende, em cada traço em cada cor impressa, nessa aventura silenciosa e estimulante", afirma Joseph H.Di Leo, em A Interpretação do Desenho Infantil.
A VISÃO SOBRE O DESENHO INFANTIL
Quando olhamos um desenho próprio ou de outras pessoas, sempre acabamos revivendo velhos afetos, que foram retratados, explícita ou implicitamente, há tempos. Essa situação por si já indica que é por meio do desenho que a criança também exprime suas fantasias, ao jogar gráfica e pecturalmente com a cor, que assume uma função importante no desenho, uma vez que é capaz de vivificar os personagens e os objetos esboçados.
Muitos educadores de renome ja constataram que o brincar em grupo e o desenhar oferecem duas oportunidades diferentes para a criança. Brincando ela interage com os coleguinhas, mas ao desenhar, ela se vê sozinha, fica mais compenetrada e acaba ate por dialogar com as personagens que cria com seus traços, na tentativa de buscar soluções para as várias perguntas que, na maioria das vezes, sequer externou, por medo de não encontrar respostas apropriadas, devido a falta de paciência de seus interlocutores.
O INICIO DOS RABISCOS
Normalmente, a criança começa a rabiscar por volta de um ano e meio de idade. A partir de então, ela faz questão de deixar seus traços em tudo que encontra pela frente. Com esse comportamento, mesmo inconscientemente, ela ja indica que precisa se expressar, o que deveria ser feito de modo adequado a partir do uso de papel e lápis. Embora nem sempre tenha esse material á disposição, o que os adultos deveriam notar é que o ato de rabiscar é uma necessidade própria da infancia que, além de dar prazer á criança, também exercita sua parte motora.
Segundo Florence de Méredieu, em O Desenho Infantil, enquanto rabisca "a criança evolui, seu corpo se movimenta e seu traço passa por fases distintas da rabiscação."
Considerando ainda que as primeiras manifestações gráficas da criança também são sua primeira forma de escrita, registrada por pura necessidade natural da fase em que está, nenhuma delas delas deveria ser bruscamente impedida de rabiscar, por meio de regras que limitam sua expressão.
O desenho é uma das únicas formas de ela "se" entender e entender o "outro". Se o seu meio social físico e afetivo for repremido, ela também passa a repremir seu meio de expressão, o que prejudica seus sentimentos, pois o ato de desenhar proporciona à criança a oportunidade de se desenvolver emocionalmente. "Seu envolvimento com o trabalho deixa transparecer o prazer experimentando enquanto registra suas emoções graficamente.
FASES DA RABISCAÇÃO E DO DESENHO
No inicio, é nítido que a criança não usa seus rabiscos para representar as coisas. Mas com o próprio desenvolvimento natural, suas marcas vão se tornando mais representativas e, muitas vezes, até mais realista. Segundo o francês Georges-Henri Luquet, professor de filosofia e piuoneiro no estudo do desenho infantil, há tres fases distintas entre a rabiscação e o desenho que pode ser observadas:
De 2 a 4 anos- A criança apenas rabisca. Além da ausência de realismo, seus traços são aleatórios. Normalmente, seus rabiscos começam da esquerda para a direita: depois fluem para cima e para baixo, até culminarem em movimentos circulares. Praticamente, os limites da folha de papel não são respeitados. Quase no fim dessa fase, a criança passa pelo estágio chamado de "realismo fortuito", momento em que interpreta o seu rabiscar como algo diferente do que simples linhas. Entre um emaranhado de traços por exemplo, ela pode ver um carro ou qualquer outro objeto que lhe interessa. Surgem, então, formas simples e inexatas: círculos, cruzes e explosões. Em paralelo, ela tende a demonstrar certo interesse pelo arranjo dos traços.
De 4 a 7 anos
A crianças já faz uma pré-esquematização, com certo sucesso, conhecido. Seu foco tende a ser os seres humanos, árvores, plantas, casas e prédios, retratados de uma forma não muita precisa e em perspectiva única. Quase no fim dessa fase, os desenhos se tornam um pouco mais realistas, em virtude de detalhes que começam a ser adicionados. Ainda nessa fase de desenvolvimento, a criança tenta criar um vocabulário de imagens, com base na própria compreensão do que esta desenhando e não na observação das formas. Os objetos retratados não apresentam uma proporção adequada e parecem flutuar no ar.
Na fase da pré-esquematização, os desenhos flutuam no ar, mas tendem a ser mais realistas.
De 4 a 7 anos- A criança já faz uma pré-esquematização, com certo sucesso, para representar coisas reais do mundo conhecido. Seu foco tende a ser os seres humanos, árvores, plantas, casas e prédios, retratados de uma forma não muito precisa em perspectiva única. Quase no fim dessa fase, os desenhos se tornam um pouco mais realistas, em virtudes de detalhes que começam a ser adicionados. Ainda nessa fase de desenvolvimento a criança tenta criar um vocabulário de imagens, com base na própria compreensão do que esta desenhando e não na observação das formas. Os objetos retratados não apresentam uma proporção adequada e parecem flutuar no ar.
A partir do 7 anos- Ela faz a esquematização daquilo que quer representar e inclui detalhes. Seus desenhos são mais significativos. Ao desenhar o mar, poderá incorporar peixes, conchas areia e outras imagens relevantes para combinar com sua "ideia" do que é o mar. O mesmo acontece se o objeto for uma casa. Ela incluirá flores no jardim, por exemplo. Porém, a criança já percebe que seu esquema só se parece com o objeto real que quer desenhar. Nessa fase, a organização do espaço e a perspectiva começam a ser observadas. As crianças já traçam linhas bases e, por vezes, um fundo para o desenho. Mas enquanto tentam superar as próprias habilidades e obter outros conhecimentos para retratar com mais realismo, muitas se frustram e desistem de desenhar. Outras já aperfeiçoam o traço e se tornam mais qualificadas para as artes.