HTPC é um horário de estudo em grupo que temos a cada 15
dias com temas voltado para praticas em sala de aula.
Trabalhamos nesse dia com o teatro na educação infantil
fazendo leitura e reflexões com o texto TEATRO E IMAGINAÇÃO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL e dinâmica com o grupo de professores.
Para que as crianças possam viver experiência de “ser”, “
imaginar”, “criar”, é preciso que
seus professores priorizem isto.
Um trabalho assim só pode se desenvolver se o
professor for
alguém profundamente interessado em compreender como as
crianças
pensam, o que elas dizem, o que fazem, como brincam e
os temas surgem em seu
repertório lúdico.
(Orientações, curriculares:
expectativas de aprendizagens e orientações didáticas para educação
infantil/SME-DOT, São Paulo, 2007. P.128)
TEATRO E IMAGINAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Jogos teatrais permitem que as crianças aprendam e desenvolvam a
linguagem corporal
TRABALHO CORPORAL – simulando ambientes e
ações, os pequenos ganham repertório e consciência sobre seus gestos.
A capacidade de fazer de conta é uma das
características mais relevantes da infância, pois está diretamente ligada ao
desenvolvimento intelectual e físico dos pequenos.
Quando
imagina que é um policial à procura de um bandido, a criança elabora respostas
às distinta situações que surgem e, ao pôr em prática seu personagem,
estabelece movimentos que ampliam a consciência e a expressão corporal. Por
isso, os jogos teatrais são uma ótima maneira de desenvolver a relação da
criança com o próprio corpo, com o do outro e com o espaço. Eles são jogos de
construção em que a consciência do “como se” é trabalhada de forma gradativa em
direção à articulação da linguagem artística teatral. “No processo de
construção dessa linguagem, a criança estabelece com seus pares uma relação de
trabalho, combinando a imaginação dramática com a prática e a consciência na
observação das regras”, explica Ingrid Dormien, que leciona Teatro Aplicado à
educação na Universidade de São Paulo (USP) e é coordenadora de projetos da
Escola de Educadores.
Descobrindo novas possibilidades corporais
O
jogo teatral gira em torno de três elementos: onde se passa a cena (cenário), quem faz parte dela(personagem) e qual
ação se desenvolve(ação). O professor deve dividir a turma em grupos e
propor que cada um decida o que apresentar à plateia - sem o uso de falas nem
de objetos cênicos. Exemplo: se escolhem explorar o fundo do mar, as crianças
têm de interagir com criaturas e plantas marinhas imaginárias, deixando claro
os três elementos básicos.
Ingrid diz que a intervenção docente pode
e deve ocorrer durante a cena. “Se o professor perceber que os gestos não são
muito claros, pode instruir os pequenos a repeti-lo em câmera lenta. Os jogos
teatrais abrem possibilidades infinitas de trabalhar expressividade corporal”
afirma. Durante a ação, deve-se atentar também o uso do espaço e de que forma
se dá a interação.
Dando os primeiros passos na linguagem teatral
O
CORPO E A MENTE. As crianças precisam demonstrar onde está, quem
são e o que estão fazendo sem falar nada.
Depois que as crianças aprendem a
construir de maneira coletiva esses elementos e os colocam em prática é que
eles devem ser apresentados formalmente. Para enriquecer o repertório, é
fundamental a apreciação de peças teatrais e uma reflexão sobre elas, assim
como das cenas feitas em sala de aula.
Cristina Aparecida Rastelli de Brito,
professora de Educação Infantil na Creche Lar Jane Suzana, em Taboão da Serra,
na Grande São Paulo, sabe o valor das rodas de conversa logo após a encenação.
Na roda, ela lança perguntas para avaliar se a plateia conseguiu perceber onde
se passa a ação, quem fazia parte dela e o que foi apresentado. Esses dados são
úteis para verificar as dificuldades e os progressos feitos pelo grupo. “Se as
crianças, por exemplo, acharam que o mar, ambiente em que o esquete (pequeno
quadro teatral) se passou, era o espaço sideral, eu pergunto por que e, com
base nisso , discutimos os movimentos que levaram a tais conclusões. Com isso,
o grupo fica mais consciente de como suas opções comunicativas são
interpretadas“, conta.
Vale frisar que o propósito do trabalho
com os jogos teatrais não é julgar o valor artístico das atuações. O que vale é
perceber como cada um busca soluções diante dos desafios e expande suas possibilidades
de comunicação via linguagem corporal. Com a prática e observando os colegas,
todos aprendem a usar o corpo de forma mais consciente e criativa.
Fonte de pesquisa internet(novaescola@fvc.org.br)
A CONSTRUÇÃO DE PAPÉIS
COMO CONTEÚDO DE TEATRO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Você
sabia que... no faz de conta a criança desempenha papéis, ou seja, torna
presente um ser ausente? Sabia que essa capacidade articulada à outra, a de
compartilhar o resultado a uma plateia, é um dos conteúdos mais importantes de
um trabalho com o teatro na Educação Infantil?
Quando
a criança na brincadeira de faz de conta assume o papel de mãe, por exemplo,
ela já está trabalhando com a linguagem teatral, logo, propor momentos em que
este tipo de experiência seja enriquecida e aprofundada significa fomentar o
trabalho com teatro na escola.
É
interessante também perceber que o fenômeno teatral só se completa com a
presença de uma plateia e com a necessidade de quem está em cena de mostrar
algo para alguém ( inclusive a palavra teatro vem do grego théatron e quer dizer” lugar de onde se vê). Portanto, as propostas
que visam proporcionar as crianças momentos em que elas possam assumir papéis
na presença de outras crianças devem ser
pensadas e planejadas pelos professores levando-se em conta que o trabalho com
teatro não se refere apenas à atuação, mas também está relacionado à
aprendizagem em ser plateia. Passa a ser um desafio articular esses dois
objetivos: criação (atuação) e leitura (plateia).
Para que haja esse desenvolvimento e
interação do grupo é necessário um trabalho progressivo com experiências nas
quais as crianças assumam papéis diante de outras crianças.
TRANSFORMAÇÃO DO CORPO
– BRINCANDO DE SER O OUTRO
Descrição: Arrume o
espaço para que fique convidativo ao jogo de estátua. Coloque uma música
dançante, preferencialmente instrumental. Ao parar a música, mencione em voz
alta qual o papel a ser desempenhado e proponha ao grupo que todos parem como
estátua, mas com o corpo como se fosse aquele ser ou coisa( Ex: Parem como se
fossem cachorrinhos). Está na desenvoltura do corpo e na pesquisa de gesto do
adulto a semente inicial para o sucesso desta proposta: brinque, pesquise, faça
no corpo animais, coisas da natureza(pedra, árvore, cachoeira) e seres malucos
(E.T , fantasmas, etc).
Depois de
algumas rodadas do jogo de estátua comece a
aprofundar as propostas, atribuindo qualidades inusitadas a cada papel
sugerido ( Ex: cachorro apaixonado ); sugira papéis menos comuns ( Ex: um
tomate apaixonado). Passe a deixar que as crianças durante o jogo proponham,
elas mesmas, qual papel para a estátua. Progressivamente, crie momentos em que
as crianças observem a criação das outras crianças.
Nesta
proposta, a criação dos alunos num primeiro momento é enriquecida pelas sugestões
inusitadas dos professores como: “estátua de um tomate apaixonado”, “uma banana
amassada”, “um cachorro pequenininho e briguento”. Quanto mais se qualifica o
papel, mais riqueza de detalhes irá ter a composição corporal da criança. O
professor como parceiro deve observar as propostas e estimular a preocupação
com o detalhe. Nesse sentido, são bem vindas instruções: “como é a perna do
cachorro briguento?” “ olho de tomate apaixonado”?, “ a cara da banana
amassada?”. Tentativa de comunicar corporalmente e se ater aos detalhes físicos
dessa comunicação confere à atividade uma intencionalidade pedagógica ímpar, a
de estimular a percepção sensível da parte na composição do todo.
Por outro
lado, quando o professor pede para que as crianças observem a estátua de um
aluno específico e chama o foco de observação delas a esses detalhes, o docente
começa a incluir no jogo a plateia.
No
momento, por exemplo, no qual as crianças propõem o papel para a estátua, as
perguntas feitas pelo professor à plateia são primordiais para o
desenvolvimento da atividade. Com esse procedimento, a criança começa a dar
sentido à plateia e ter interesse em fazer parte dela.
Pense nas
brincadeiras infantis tradicionais e observe como propor papéis a serem
desempenhados dentro delas. Num pega-pega, por ex. que papel poderia ser
atribuído ao pegador? Pense como desenvolver uma sequencia de jogos que
gradativamente proponham desafios interessantes às crianças. A experiência com
o teatro não pode ser um evento, mas merecer ter um espaço constante dentro da
rotina das crianças.
Formação
de professores
Percursos
de aprendizagem: Práticas teatrais
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