quarta-feira, 22 de agosto de 2012

FOLCLORE - Profª Bete


Noção de folclore

 

Em sua origem inglesa, informa o dicionário Houaiss, a palavra folclore significa o ato de ensinar (lore) um conjunto de costumes, lendas e manifestações artísticas do povo (folk) preservados pela tradição oral.

Essa definição é um tanto redutora se levarmos em consideração o fato de que toda manifestação cultural é influenciada pelo contexto de quem a produz e que esse contexto, por sua vez, está em constante mudança. Sendo assim, o conceito de folclore é muito mais dinâmico do que parece: envolve diversas vertentes da cultura popular (música, dança, relatos orais etc.) e continua sendo produzido até hoje.

 

A abordagem do folclore na Educação Infantil


Para aproximar o folclore da realidade dos alunos na Educação Infantil, inseri no plano de aula brincadeiras e cantigas de roda (como ponto de partida e não como abordagem exclusiva). Além de estimular o movimento, algo fundamental nessa faixa-etária, elas ajudam as crianças a desenvolver a fala.

Solicitei também que a família falasse e mandasse por escrito parlendas, provérbios, adivinhas e lendas que tenham aprendido na sua infância,com os avós ou pais. "Começar com aquilo que o aluno traz facilita o entendimento da diversidade cultural", diz Ikeda. (Alberto Ikeda, professor de Cultura Popular e Etnomusicologia do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus São Paulo)

Precisamos reconhecer os alunos como participantes da cultura, que têm muito a contribuir para a construção da aprendizagem.

 

 

 

 

 

 
 
 

A lenda do bumba-meu-boi


Bumba-meu-Boi, o boi de mil nomes…


Só de nome esse boi está cheio! Quer ver?

No Recife se chama Boi-Calemba; no Amazonas, Maranhão e Pará, Boi-Bumbá; em Alagoas, Folguedo-do-boi… e esses são só alguns nomes! (Dá para qualquer boi ficar confuso.) Bumba quer dizer “Bate! Chifra!”

É uma festa muito popular no Norte e Nordeste do Brasil.

Mas não é um boi de verdade. É uma fantasia de boi toda enfeitada de fitas coloridas, e embaixo dela fica um dançador. Acompanhando o dançador vão pessoas vestidas de vaqueiros e gente de todo tipo, com roupas coloridas, cantando e dançando pelas ruas, indo de casa em casa. O Boi é uma mistura dos folclores africano, indígena e português!

 

A lenda do bumba-meu-boi

 

 

O bumba-meu-boi é uma das mais ricas manifestações do folclore brasileiro, ou da nossa cultura popular, como preferem outros.

É uma espécie de ópera popular, cujo conteúdo varia entre os inúmeros grupos de bumba-meu-boi existentes, mas, basicamente, desenvolve-se em torno da lenda do fazendeiro que tinha um boi de raça, muito bonito, e querido por todos e que, inclusive sabia dançar. Na fazenda trabalhavam Pai Chico, também chamado negro Chico, casado com Catirina, os vaqueiros e os índios. Catirina fica grávida e sente desejo de comer a língua do boi. Pai Chico fica desesperado. Com medo de Catirina perder o filho que espera, caso o desejo não seja atendido, resolve roubar o boi de seu patrão para atender ao desejo de sua mulher. O fazendeiro percebe o sumiço do boi e de Pai Chico e manda os vaqueiros procura-los, mas os vaqueiros nada encontram. Então o fazendeiro pede para os índios que ajudem na procura. Os índios conseguem encontrar Pai Chico e o boi, que neste intervalo havia adoecido. Os índios levam Pai Chico e o boi à presença do fazendeiro, que interroga Chico e descobre porque ele havia levado o boi. Os pajés (ou doutores) são chamados para cura-lo, e após várias tentativas conseguem curar o boi, que se levanta e começa a dançar alegremente. Então, o fazendeiro perdoa Pai Chico e tudo termina em festa.

 
 
Esse é um resumo do enredo do Bumba-meu-boi, um dos mais conhecidos folguedos do folclore brasileiro. O boi como tema e personagem existe em quase todo o mundo. No Brasil não podemos esquecer da etnia que está presente nas vestimentas de influência negra, indígena e européia. Mas o Bumba-meu-boi, na sua parte falada, dançada e tocada apresenta-se como uma das expressões mais brasileiras do nosso folclore, dentro da motivação universal do boi.

Apresentação da lenda do bumba meu boi


Informei à classe que chegou a hora de conhecer a lenda do Bumba meu boi. Li a lenda para os alunos, a partir do livro trazido pela aluna Laura.     

Expliquei que a festa do Boi constitui uma espécie de ópera popular. Basicamente, a história se desenvolve em torno de um rico fazendeiro que tem um boi muito bonito. Esse boi, que inclusive sabe dançar... é roubado por Pai Chico, trabalhador da fazenda, para satisfazer a sua mulher Catirina, que está grávida e sente desejo de comer a língua do boi. O fazendeiro manda os vaqueiros e os índios procurarem o boi. Quando o encontram, ele está doente, e pajés são chamados para curá-lo. Depois de muitas tentativas, o boi finalmente é curado, e o fazendeiro, ao saber do motivo do roubo, perdoa Pai Chico e Catirina, encerrando a representação com uma grande festa.

Aproveitei para contar que as representações do bumba meu boi acontecem em vários estados do Brasil e não possuem datas fixas para acontecer.

Ao fim dessa etapa, solicitei aos alunos que trouxessem rolinhos de papel higiênico vazios para construirmos um Bumba meu boi para cada criança. Separei também retalhos de tecidos diversos, lantejoulas, fitas e jornal para enfeitar o boi.

Explique aos alunos que o boi é a principal figura da representação. Ele é feito de uma estrutura de madeira em forma de touro, coberta por um tecido bordado ou pintado. Nessa estrutura, prende-se uma saia colorida, para esconder a pessoa que fica dentro dele, que é chamada de "miolo do boi". Ainda há também as burrinhas, feitas de maneira semelhante ao boi, porém menores, e que ficam penduradas por tiras, como suspensórios, nos ombros dos brincantes.

Todos os personagens que fazem parte da encenação são representados de maneira alegórica, com roupas muito coloridas e embalados por coreografias.

A partir da confecção do boi com rolinho, tive a idéia de confeccionar um boi maior, com caixa de papelão para que a criança entrasse simulando ser o “miolo do boi”. Utilizei TNT para encapar a caixa e fazer a saia. Confeccionei a cabeça de E.V.A. Os enfeites? É aí que entra a participação da criança e da família...

Esta atividade faz parte do Plano de Aula com o tema FOLCLORE.

Objetivos Gerais:

·         Identificar e valorizar o folclore brasileiro;

·         Estimular e desenvolver o gosto pela música e danças da cultura popular;

·         Vivenciar, a partir de jogos e brincadeiras, laços de companheirismo e vínculos afetivos;

·         Desenvolver a organização e autonomia para o trabalho individual e coletivo;

·         Sistematizar os conhecimentos sobre folclore.

Objetivos específicos da atividade:

·         Levar a família a conhecer uma das manifestações culturais do folclore brasileiro;

·         Oportunizar a participação da criança e da família na construção do personagem folclórico;

·         Explorar a história imitando o personagem (boi);

·         Incentivar a criatividade enfeitando a “saia” (vestimenta) do boi, utilizando diferentes materiais (botões, lantejoulas, fitas, estrelas, flores, etc);

·         Estimular a Linguagem oral através do relato da experiência vivida com a visita do boi em sua casa;

Regras/ combinados da atividade:

1.    Valorizar as atividades propostas pela escola e incentivar seu filho a realiza-la,aproveitando para participar junto;

2.    Levar o boi para casa, brincar, dançar, mostrar à família... Divertir-se!

3.    Cada dia, uma criança levará o boi para casa e deverá acrescentar algum enfeite em sua “saia” (vestimenta);

4.    Trazer o boi de volta no dia seguinte, pois outro colega estará aguardando para levá-lo também;

5.    A família deverá registrar, em folha própria, como foi a visita do boi em sua casa: o que a criança fez com ele, como foi o momento de enfeitá-lo, pra quem ela mostrou, etc.  Poderá também fotografar alguns momentos vivenciados por seu filho e o boi;

6.    À professora caberá construir um caderno com os relatos das famílias;

7.    É muito importante cuidar do boi para que não estrague. Quando não estiver brincando, peça pra mamãe guarda-lo em lugar seguro para evitar que o cachorrinho ou o irmãozinho “curioso” arranque seus enfeites;

8.    Não exagere nos enfeites. Coloque alguns, mas deixando espaço para que os próximos a levarem também possam contribuir.

Lembrem-se: este é um trabalho coletivo e deve ter a participação e a “marca” de todos os alunos do Maternal II.


 

 

 

 

 














 

 

BUMBA-MEU-BOI
feito com rolinho de papel higiênico








 

 

 



BUMBA-MEU-BOI
 



 

Portinari adorava pintar crianças brincando, e dizia:” Sabem porque eu pinto tanto menino em gangorra e balanço? “Para botá-los no ar feito anjos”.·.






































 



 

Um comentário:

  1. Esse trabalho da visita do Bumba-meu-boi na casa dos alunos está "rendendo" histórias e criatividade! Obrigado às famílias por incentivarem e contribuírem para o sucesso da atividade proposta!

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