Como recurso psicopedagógico a história
abre espaço para a alegria e o prazer de ler, compreender, interpretar a si
próprio e à realidade.
Por que contar
histórias para as crianças?
A história é uma narrativa que se
baseia num tipo de discurso calcado no imaginário de uma cultura. As fábulas,
os contos, as lendas são organizados de acordo com o repertório de mitos que a
sociedade produz. Quando estas narrativas são lidas ou contadas por um adulto
para uma criança, abre-se uma oportunidade para que estes mitos, tão
importantes para a construção de sua identidade social e cultural, possam ser
apresentados a ela.
Qual a diferença entre
ler e contar uma história?
São duas coisas muito diferentes, porém
ambas muito importantes. Um texto escrito segue as normas da língua escrita,
que são completamente diferentes daquelas da linguagem falada. Quando uma
criança ouve a leitura de uma história ela introjeta funções sintáticas da
língua, além de aumentar seu vocabulário e seu campo semântico. Porém, aquele que lê a história deve dominar a arte de contá-la, estar
preparado suficientemente para fazê-lo com apoio no texto, sabendo utilizar o
livro como acessório integrado à técnica da voz e do gesto.
Além disso, quem lê para uma criança
não lhe transmite apenas o conteúdo da história; promovendo seu encontro com a
leitura, possibilita-lhe adquirir um modelo de leitor e desenvolve nela o
prazer de ler e o sentido de valor pelo livro.
Há opiniões divergentes neste campo:
alguns autores consideram que o contador sem o livro tem mais liberdade de
acentuar emoções, modificar o enredo segundo as reações da criança e portanto, melhor comunicação com o público infantil. Teria ainda mais
disponibilidade para trabalhar sua voz e seu gesto.
Somos partidárias, neste
aspecto de que o importante é como ler
e como contar,
porque é preciso que se tenha técnica e preparo para despertar o desejo e o
prazer das crianças.
Como se aprende a
contar histórias?
Em cursos de capacitação pode-se
adquirir as competências necessárias para se contar histórias, aprendendo as
técnicas básicas de voz, gesto, materiais de apoio, dentre outras.
Podemos destacar algumas orientações
básicas para contar histórias:
· Escolha leituras que tenham ligação direta com o sexo, a idade, o
ambiente familiar e o nível sócio econômico da clientela.
· Incentive as crianças diariamente, contando pequenas histórias sem mesmo
ter o livro nas mãos.
· Use entonação de voz atraente, sem exageros, faça suspense, faça drama,
se emocione, expresse sua opinião sobre o tema e dê oportunidade para que a
criança também apresente sua opinião.
· Enriquecer a narração com ruídos (onomatopéias) como miau! Au! Au!
· Movimente o corpo (olhos, mãos e braços), mas sem exageros.
· Evite cacoetes como: aí... então... entenderam... não é?
· Crie a “hora da história”. Na escola, um bom
horário é após o recreio para acalmar a turma; em casa pode ser à noite, antes
de dormir;
· Determine um dia ou horário para cada aluno ler ou contar uma história.
Não force mingúem.
· Em casa, estimule a criança a recontar a história que ouviu; compre
livros, dê livros de presente em aniversários, natal e outras festividades;
· Sempre que possível sente-se no nível das crianças.
· Explique quando necessário, o significado das palavras novas.
· Preserve a atenção das crianças no local em que a história está sendo
contada. (muito barulho, pessoas estranhas interrompendo, etc.).
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